27 de julho de 2011

Sem tolerância não há civilidade

Moramos em uma cidade com mais de 10 milhões de habitantes, uma concentração superior à população de muitos países. Dado esta imensa quantidade de pessoas, explica-se a rudeza das pessoas, que se revela em diversos níveis, seja no transporte público (lotado), no trânsito (congestionado), nos bares e restaurantes (cheios); uma cotovelada aqui, um gesto obsceno ali, junte ainda o stress do cotidiano, das cobranças infindáveis, e o resultado não será nada muito agradável.

Mesmo dado a explicação, as justificativas soam pouco plausíveis, pois de que vale retribuir uma grosseria com outra pior ? Somos, ou não somos "homo sapiens" ? Uma resposta afirmativa nos permite avançar um pouco mais, sobre esta grande questão que é a convivência, em sociedade.

Se o isolamento não é uma opção, tratemos de utilizar melhor esta massa encefálica, e poderemos visualizar um raciocínio simples: considere a individualidade inata de cada ser humano (no nosso caso, munícipe), com seu conjunto de prioridades únicas, e muitas vezes contraditárias com os demais, compartilhando de um espaço comum, com outros milhares de pessoas, e a conclusão se torna óbvia, ou nos respeitamos mutuamente, no melhor exercício da tolerância, ou estaremos fadados a um destino menos grandioso.

"Não levar desaforo para casa", quantas situações desagradáveis esta frase já não deve ter gerado ? Obviamente devemos nos defender, quando necessário, porém tal premissa tem sido levada muito além do que deveria, criando situações absolutamente desnecessárias, às vezes, por mero orgulho, outras por infantilidade.

Assim, se tolerarmos um pouco mais, e reclamarmos um pouco menos, começaremos a pavimentar um caminho mais sólido, para uma verdadeira civilidade, seguindo um provérbio hindu: não tente cobrir o mundo de couro, ao invés disso, calce sandálias !

Sugestão de leitura: "Método de Boas Maneiras", do escritor DeRose

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