18 de outubro de 2011

A experiência Tapis Rouge

Nunca me considerei um fã do circo. Meu primeiro contato com a cultura circense ocorreu quando tinha uns 5 ou 6 anos de idade, não me recordo com exatidão. O que me recordo daquela apresentação é a sensação um tanto estranha que os palhaços me ocasionaram. Não me causaram medo em absoluto, simplesmente me pareceram bizarros. Anos mais tarde entendi que minha sensação do passado se deveu a que os palhaços eram considerados por muitos, grotescos, e que em alguns casos, até assustavam adultos! Que bobagem... Achei meio sem graça ver um leão dentro de uma pequena gaiola, sendo chicotado para obedecer um homem de chapéu a pular de uma cadeira à outra. Hoje considero esse tipo de “entretenimento” uma crueldade e uma covardia e acredito que assim como em Barcelona, em que as corridas de toros acabaram recentemente, todos esses espetáculos cruéis e degradantes com os animais extinguir-se-ão completamente. Tampouco gostei da moça que fazia acrobacias acima de um cavalo, o qual galopava hipnoticamente em círculos pela aréia toda. Apesar desses pontos negativos, houve coisas que me agradaram. Achei eletrizante o espetáculo dos trapezistas, apesar de minha curta idade, percebia a precisão e coragem desses artistas! O homem na corda bamba gelou o meu sangre ao passar lentamente de um extremo a outro da corda. E ainda, recordo que numa hora ele resolveu andar pela corda com um pequeno monociclo! Os malabaristas me geraram uma sensação de admiração ao lançarem para o ar, dezenas de bolinhas coloridas ao mesmo tempo e movimentá-las quase magicamente no ar, sem deixa-las cair. Como se isto fosse pouco, as vezes incluíam piruetas em sua apresentação.

Esta primeira experiência, junto com outras que tive posteriormente, serviram para formatar em minha mente a seguinte premissa: gosto de circo, mas não muito.

No entanto, uns 8 anos atrás, tive contato com algo diferente. Encontrava-me numa reunião em boa companhia na casa do Comendador DeRose, junto com outros amigos e colegas, quando o DeRose propus assistir um DVD chamado Cirque du Soleil. Quando ouvi a palavra circo, vieram em minha memória lembranças de experiências prévias e pensei comigo “mmm, circo...? Acho que vou me entediar um pouco...” Mas como confiava e confio no critério do anfitrião e o clima estava muito agradável, decidi não ser chato, ficar e assistir de boa vontade.

Desde a apresentação do DVD, onde o show nem tinha começado, percebi que se tratava de algo diferente, que eu nunca tinha visto. Minha mente se abriu para essa simples experiência e assisti com entusiasmo o DVD todo. Foi um show sensacional que causou uma nova formatação em minha mente com relação ao circo: “gosto de circo, mas não muito; mas Cirque du Soleil é outra coisa, e me encanta”.

A partir de então, assisti inúmeros shows do Cirque por DVD e sempre me delicie com as performances impecáveis, com o figurino e maquiagem caprichadíssimos, com as músicas muito bem escolhidas, enfim, como o espetáculo todo.

Há uns 10 dias, fui assistir o Cirque pela primeira vez ao vivo e como queria que esta experiência fosse a melhor, decidi assistir no Tapis Rouge, que é uma área na aréia do circo, onde você está muito próximo do palco e assim aprecia melhor o show. Bom, pelo menos eu achava que era somente isso.

Na verdade, a experiência Tapis Rouge começa assim que você chega às dependências do circo. Ainda no carro, quando você mostra seus bilhetes no primeiro acesso, você é encaminhado por uma passagem que é exclusiva dos clientes Tapis Rouge, evitando assim longas fileiras. Além disso, você usufrui do estacionamento VIP, que é pertíssimo da áreia e é também unicamente para os clientes Tapis Rouge. Quando você entra, é tratado com extrema cortesia e carinho e encaminhado para um setor onde servem um coquetel de boas vindas, muito bem provido de bebidas e alimentos de ótima qualidade, que também é unicamente para os clientes Tapis Rouge. Antes de entrar, você recebe o programa do Cirque, impresso em 4 cores, capa duríssima e as folhas de papel delicado e gramatura exemplar. Além disso, você ganha como brinde uma agenda do Cirque, numa sacola muito bonita. Quando você entra é direcionado para seu assento que, em meu caso, era na fileira AA, o mais perto do palco. Foi realmente uma experiência muito gratificante. Estava tão perto do palco que dava para ver as minucias da maquiagem, cada detalhe do figurino e até em alguns casos, dava para brincar de distinguir qual seria o país de origem do artista. No intervalo, outro coquetel refinadíssimo e depois, o resto da apresentação. Estávamos tão perto, que um dos palhaços sentou-se no colo de minha companheira no meio da performance de interação com o público, foi muito divertido.

Ao sair, a experiência continua, pois ao se encontrar mais próximos do estacionamento, consegue-se pegar o carro antes. Consequentemente, você saia antes, evitando assim o engarrafamento normal que ocorre na saída de um espetáculo multitudinário.

Após uma experiência como esta, muitas reflexões, idéias e sensações ficam. E o principal pensamento é “quando que eles voltam?”

Instrutor Federico Giordano


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