Todos que praticamos o Método, sabemos como é difícil conseguirmos nos concentrar direito nas primeiras práticas que realizamos.
No início você está sentado numa posição à qual comumente não está acostumado e, por conta disso, muitas vezes resulta desconfortável. Isso por si só, já dificulta enormemente o exercício de concentração que é dado regularmente no final da aula. Quando conseguimos superar ou amenizar esse desconforto, graças ao treinamento regular, vem a parte difícil que é conseguir que a nossa inquieta mente se concentre numa única coisa e nela fique o tempo que a técnica durar.
Já Rámakrishna, comparava a mente humana a um inquieto macaco que tivesse tomado álcool, tivesse sido picado por um escorpião e, como se isto fosse pouca coisa, o qual tivesse sido ateado fogo ao pelo! Coitado do macaquinho... Segundo Rámakrishna, para alcançar um nível satisfatório de concentração, primeiro devemos retirar o fogo (pratyáhára - abstração dos sentidos) e logo, retirar o veneno (dháraná – concentração). Ele vai ainda mais longe, retirando o álcool, conseguiríamos a meditação – dhyána – que está num patamar acima da mente. E, finalmente, deveríamos retirar o próprio macaco, para alcançar o samádhi, hiperconsciência, autoconhecimento, e meta do Yôga.
Mas voltando à concentração mental, há uma forma muito prática e relativamente simples de conseguirmos adestrar nosso macaquinho. Essa forma consiste em executar a técnica de concentração ao menos duas vezes por dia. O primeiro treinamento deve ocorrer assim que acordarmos pela manhã, e deve durar entre uns 5 e 20 minutos. O segundo treinamento deve ocorrer à noite antes de dormir e também deve durar entre 5 e 20 minutos. Aplique sempre a mesma técnica, todos os dias, durante vários meses, para poder gerar um condicionamento de concentração.
Esse pequeno treinamento fará uma diferença enorme. Você verá que a sua mente começará a ser cada vez menos “macaquinho” e mais gente.
Depois, nos comente suas experiências e resultados.
Abraços!
Instrutor Federico Giordano
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